terça-feira, 16 de julho de 2013

A Gaia Ciência §11 – A consciência

Igor Morski - Enpundit

Nietzsche inicia o aforismo traçando considerações sobre o desenvolvimento orgânico da consciência e, ao fazê-lo, a entende como último elemento desenvolvido no homem; não para apresentá-la como ápice e ponto culminante da evolução, como faria uma interpretação darwinista, mas apontando justamente para seu caráter inacabado e “menos forte”. Com efeito, essa consciência inacabada leva a erros que podem conduzir a humanidade à destruição, o que somente não ocorreu em virtude do “vínculo dos instintos”.

Como a consciência não está matura, ela é um perigo para o organismo de modo que a tirania sobre ela possui um aspecto positivo: o homem não procurou mais por ela e, de alguma forma, estagnou o seu possível desenvolvimento acelerado. O curioso é que foi justamente essa tirania – má compreensão e orgulho do homem com relação à consciência, tomando-a por grandeza dada, por faculdade acabada e crendo nela repousar a essência do organismo – que desacelerou os seus erros, permitindo a, ainda embrionária: “tarefa de incorporar o saber e torná-lo instintivo”.